Ninguém é o que parece. Isto pode parecer chocante (não vindo de mim, mas…) a princípio, mas passo a explicar tudinho neste post.
Já viram este vídeo da modelo que vai aparecer na capa da revista que nem se parece com a modelo que aparece na capa da revista, certo? Comecemos por aí.
A ideia da Sociedade (ou seja, dos media) de Beleza Ideal é baseada puramente no lucro. Se nos considerássemos perfeitos aos nossos olhos, não gastaríamos dezenas de euros em produtos para a pele, centenas em roupas que nunca parecem ficar na moda, milhares em intervenções estéticas.
Não postaríamos constantemente fotografias “desprevenidas” a fazer uma pose digna de editorial de moda, a copiar as modelos de Instagram, para nos sentirmos um pouco mais com elas/eles.
Pois bem, as pessoas ditas fisicamente perfeitas, sentem a necessidade de envernizar a sua beleza, mantê-la intacta, porque, pelo que lhes dizem, é tudo o que lhes resta.
Mas, todos envelhecemos, de uma maneira ou de outra, e não é a fotografia pendurada na parede que nos vai fazer mais bonitos.
Vale a pena lembrar que somos todos vítimas de uma lavagem cerebral para termos a noção de que apenas uns seletos seres humanos são lindos, monumentais, sexy.
Que apenas a raça branca, de nariz pequeno, olhos claros e cabelos lisos é tudo de bom.
Pois…eu estou aqui para dizer que conheço pessoas bonitas todos os dias.
Conheci milhares, porque sou do tipo de pessoa que, em vez de se deixar deslumbrar pela mulher elegante de vestido marcante e corpo escultural, olho para a mulher que tem um brilho nos olhos que nada tem a ver com melanina ou falta dela.
A mulher que sorri por impulso, que gosta de coisas incomuns como desenhos animados japoneses, lê nas entrelinhas de um acontecimento ou frase, que fala com entusiasmo das pequenas coisas que gosta na vida.
Admiro pessoas com garra, combinações únicas de interesses e traços de personalidade, sentido de humor diferente, e aquele toque de classe intemporal que é a bondade consigo mesmo e com os outros.
Já conheci mesmo muitas pessoas assim, que não ligavam para olhar para o espelho porque com certeza sabiam que já eram bonitas e o único retoque que precisavam era um pouco mais de amor-próprio, mesmo que o encontrassem mais tarde na vida.
Apaixonei-me pela essência destas pessoas, carrego comigo o que aprendi com elas, e olho a beleza do Mundo com outros olhos, por ter aprendido a olhar-me a mim mesma como bela pelo interior.
Cliché? Sim.
Subvalorizado? Com certeza.
Verdadeiro? Totalmente.
Subvalorizado? Com certeza.
Verdadeiro? Totalmente.
O que conta é a energia da pessoa, e quão bela ela é refletir-se-á no convívio, mas não só. Tem a ver com como TU te vês a ti mesmo. Se te amas de forma pura, com certeza notarás a forma como ele ou ela é belo quando diz: “Ainda bem que estás aqui.” ou mexe timidamente no cabelo ou levanta o dedo mindinho quando bebe café.
És tu que tens de aprender a ver a tua própria beleza, aí verás a verdadeira beleza dos outros, e quem é e quem não é (spoiler: todos são).
Cláudia Rocha